Qual é o impacto das redes sociais?
Assessoria de Comunicação da Sesa
Texto: Evelyn Barreto
Fotos: Arquivo pessoal
Arte gráfica: Josias Jeronimo
Curte e compartilha. Segue de volta, acumula, bloqueia e silencia seguidores. Produz conteúdo digital para uma, duas ou mais plataformas. Vive on-line, mas, na vida real, o movimento é outro. A dinâmica das redes sociais segue uma regra previsível: nem sempre o que está sendo publicado condiz com a realidade. Essa fragilidade é posta, sobretudo, no que diz respeito às relações interpessoais. Afinal, as mídias digitais aproximam ou afastam das “trocas reais”? Como essa superficialidade compromete a saúde psicológica? Os questionamentos são o mote desta quarta e última matéria da série Um olhar para dentro, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). A iniciativa faz parte dos objetivos destacados pela campanha Janeiro Branco, movimento dedicado à construção e ao debate de temáticas sobre saúde mental.
O “amor líquido”, conceito criado pelo sociólogo Zygmunt Bauman, antecipou o debate sobre as relações antes mesmo do uso frenético dos meios digitais. O pensamento representa o instante no qual as relações não conseguem acompanhar a rápida evolução do mundo. Os vínculos afetivos entre as pessoas, para o autor, são feitos de forma descartável e podem ser facilmente substituídos. É um amor sem forma, disperso.
Davi Mendonça, de 28 anos, tem um olhar atento para os efeitos das plataformas digitais na sua rotina. Para isso, ele utiliza uma medida que tem surtido efeito: desativar seu perfil nos aplicativos e excluí-los de seu celular. Durante quatro vezes no ano, Mendonça chega a ficar ausente por seis semanas dos apps. Para o especialista em onboarding, esse exercício o ajuda a dosar a presença on-line. Quando decide retornar, conta, o uso é consideravelmente reduzido.
As redes sociais podem ser utilizadas para registros de lembranças boas, diz Davi Mendonça
“Há momentos em que eu consigo ocupar minha cabeça com outras coisas e deixo as redes mais de lado. Depois, por algum motivo, sou ‘sugado’ pelos aplicativos e me vejo usando o celular por horas, sem perceber. De uma maneira geral, esse uso desenfreado é bem prejudicial e me afeta negativamente. Além de me deixar cansado, fico ansioso”, relata o jovem.
Ao mesmo tempo em que reitera acerca da superficialidade das relações nessas ferramentas, ele também acredita que os meios digitais não são o ambiente ideal para aprofundá-las. “Não podem ser vistos como um lugar onde eu vou acessar para interagir profundamente com as pessoas. Para isso, existem outras opções. Relações relevantes não cabem na desimportância da rede social”, enfatiza.
“Eu guardo o relevante para o olho no olho”, afirma Davi Mendonça
As plataformas, ele pondera, podem ser caminhos para guardar “lembranças boas”, quando o que é postado tem o objetivo de compartilhar vivências anteriores. “As redes sociais são um canal para o conhecimento e a interação com quem está longe, mas não acho que devemos depositar e despejar tanto de nós mes”.
Como a mídia social afeta a interação em nossa sociedade?
As redes sociais moldaram significativamente a forma como interagimos, comunicamos e nos informamos na sociedade contemporânea. Elas oferecem uma conectividade sem precedentes, amplificam vozes e permitem que pessoas de todo o mundo se engajem em causas comuns.
Qual a influência das redes sociais na vida das pessoas?
VER INFOGRÁFICO: As redes sociais mais consumidas em todo o mundo Link externo, abra em uma nova aba.
Descubra as redes sociais mais consumidas em todo o mundo. Embora cada país tenha preferência por umas redes ou por outras, de acordo com o número de usuários ativos mensais em âmbito global, estas foram as dez mais utilizadas durante o ano de 2018 (dados em milhões de usuários):
1. Facebook – 2.234 |
2. YouTube – 1.900 |
3. WhatsApp – 1.500 |
4. Facebook Messenger – 1.300 |
5. WeChat – 1.108 |
6. Instagram – 1.000 |
7. QQ – 803 |
8. Qzone – 652 |
9. TikTok – 500 |
10. Sina Weibo – 465 |
Entre as causas mais reconhecidas da dependência das redes sociais se encontra a baixa autoestima, a insatisfação pessoal, a depressão ou hiperatividade e, inclusive, a falta de afeto, carência que muitas vezes os adolescentes tentam preencher com os famosos likes. De fato, muitos jovens os procuram quase compulsivamente para experimentar uma intensa — mas sempre breve — sensação de satisfação que, no entanto, pode ser contraproducente uma vez que os tornam dependentes, ao longo do tempo, da opinião dos outros.
O perfil majoritário do dependente é o de um jovem de 16 a 24 anos. Os adolescentes são os que correm um maior risco de cair na dependência, de acordo com os especialistas, por três motivos fundamentais: sua tendência para a impulsividade, a necessidade de terem influência social ampla e expansiva e, finalmente, a necessidade de reafirmar a identidade de grupo.
Sherry Turkle, psicanalista do Massachusetts Institute of Technology (MIT), pesquisou extensamente o impacto das redes sociais nas relações e afirma que estas debilitam os laços humanos. Em seu livro Alone Together: Why We Expect More from Technology and Less from Each Other descreve detalhadamente os impactos negativos de estarmos constantemente conectados, o que paradoxalmente já implica uma certa sensação de solidão. Tal como ela mesma afirma “os laços que formamos através da Internet não são, no final, os laços que unem, mas sim os laços que preocupam”.
O que determina a dependência? A fronteira é difusa, mas existem alguns indícios que dão bastantes pistas sobre se essa dependência das redes sociais existe ou não, embora a última palavra corresponda sempre a um profissional médico. Estes são os tiques mais habituais:
- Estabelecer um tempo mínimo de 15 minutos entre conexões.
- Prescindir do celular em momentos-chave do dia (café da manhã, almoço ou jantar).
- Desativar as notificações automáticas.
- Ativar o modo silencioso do celular e não utilizá-lo, nem como relógio, nem como despertador, para evitar a tentação.
- Estabelecer um tempo mínimo por dia para desenvolver atividades totalmente desconectadas — como praticar esporte, ler ou ouvir música.
- Reduzir o número de amigos nas redes sociais.
- Eliminar aplicativos e abandonar grupos de WhatsApp prescindir.
Quais são as vantagens e desvantagens do uso das redes sociais?
As redes sociais são espaços virtuais onde grupos de pessoas ou empresas se relacionam através do envio de mensagens, da partilha de conteúdos, entre outros. Atualmente existem diferentes redes sociais, cada uma com um propósito e um público-alvo específico. Há vários tipos de redes sociais, cada um com um objetivo diferente e públicos específicos. A grande diferença entre elas é o seu objetivo, os quais podem ser:
Rede social mais utilizada no Brasil. | |
Principal aplicativo de comunicação e troca de mensagens. | |
YouTube | Plataforma de vídeos com alto alcance de público. |
Rede social em ascensão com recursos de interação. | |
Rede social inovadora que perdeu usuários ao longo do tempo. | |
Maior rede social com foco profissional. | |
Rede social de conteúdo visual em diversos ramos. |
Existem várias vantagens em fazer parte de redes sociais e é principalmente por isso que elas tiveram um crescimento tão significativo ao longo do anos. Porém, é importante ficar atento aos perigos que ela pode oferecer. Veja no quadro a seguir as principais vantagens e desvantagens das redes sociais.
Vantagens | Desvantagens |
– Facilidade de comunicação | – Exposição excessiva de informações pessoais |
– Ampliação de networking | – Propagação de fake news |
– Oportunidades de negócio | – Dependência e vício em redes sociais |
As redes sociais são fruto do avanço da internet, cujo boom aconteceu no início do milênio. Veja no quadro abaixo como esse percurso aconteceu.
Foram criadas as redes sociais mais populares, o Orkut, o Flickr e o Facebook. Foi criado o Google+, pertencente aos serviços da Google e que vinculava seus usuários a este rede. Ele não se popularizou e suas atividades foram encerradas no final de 2018. Também foi neste ano que sur